©Unicef 2019
Crise dos refugiados roinjas: a UE promove a amizade para promover a paz
Última atualização sexta-feira, 27/08/2021
No Bangladeche, uma nova iniciativa apoiada pela UE está a construir pontes entre milhares de jovens refugiados roinjas e jovens locais. O objetivo? Dissipar as tensões e promover a paz, ajudando-os a estabelecer laços e a descobrir tudo o que têm em comum.
Fugindo de anos de perseguição e da sangrenta repressão militar em Mianmar em 2017, um grande número de refugiados roinjas procuraram atualmente proteção nos enormes campos sobrelotados de Bazar de Cox, no sudeste do Bangladeche.
Entre eles, há muitos jovens como tu.
Face às difíceis condições de vida e traumatizados por tudo o que viveram, o seu futuro parece sombrio. A isto acrescem as crescentes tensões com as autoridades e a população locais, que dificultam ainda mais a situação.
É por tudo isto que a União Europeia precisa de intervir.
Juntamente com a UNICEF, a UE lançou um novo programa de construção da paz que reúne 20 500 adolescentes e jovens, tanto da comunidade roinja como da comunidade local do Bangladeche.
O objetivo?
Criar «polos sociais» onde estes jovens possam estar e fazer amigos, praticar desporto, adquirir competências, aprender sobre a resolução de conflitos e perceber que é mais o que os une do que o que os separa.
«Nunca tive amigas roinjas, mas, agora, tenho uma», afirmou Samira, uma jovem bangladechiana de 17 anos participante no programa. «Eu conto-lhe os meus problemas com ela, e ela conta-me os dela.»
Campeões da mudança
Os centros fazem parte de um programa de 3,3 milhões de euros, financiado pela UE, que visa incentivar os adolescentes a tornarem-se agentes de mudança nas suas comunidades.
«A União Europeia orgulha-se de reunir jovens de diferentes origens para que partilhem experiências num ambiente seguro, de apoio e de aprendizagem», afirmou Rensje Teerink, embaixador da UE no Bangladeche. «Estamos a colmatar as clivagens entre as comunidades e a assentar bases sólidas para que as relações sejam harmoniosas e haja lugar para a coesão social.»
Os primeiros centros foram inaugurados nos campos de Jamtoli e Shamlapur no início de outubro de 2019. Desde então, foram abertos outros três portas. Vê o vídeo aqui.
Diálogo para colmatar as clivagens
A iniciativa envolve igualmente ações de sensibilização dirigidas a mais de 12 mil mães e pais, bem como aos dirigentes e aos líderes religiosos da comunidade roinja e da comunidade local do Bangladeche. Além das atividades de sensibilização, o objetivo é debater os problemas sociais e, sobretudo, encontrar soluções.
A UE disponibilizou mais de 25,6 milhões de EUR à UNICEF desde que a crise dos roinjas teve início em agosto de 2017. Os fundos foram utilizados para apoiar tanto os refugiados como as comunidades que os acolhem através do fornecimento de água, alimentos, educação, bem como de serviços relacionados com a proteção das crianças e a violência baseada no género.
«A União Europeia é um parceiro fundamental da UNICEF, com o qual esperamos continuar a colaborar para ajudar os adolescentes e os jovens da comunidade roinja e da comunidade de acolhimento», afirmou Tomoo Hozumi, representante da UNICEF no Bangladeche. «O empoderamento dos jovens contribui para o desenvolvimento de uma sociedade cada vez mais tolerante e inclusiva.»
Fórum Mundial sobre os Refugiados
O lançamento do programa de construção da paz surge apenas algumas semanas antes de a comunidade internacional se reunir em Genebra, em 17 e 18 de dezembro, para o primeiro Fórum Mundial sobre os Refugiados. Na sua base está o Pacto Mundial sobre os Refugiados, que apela ao reforço do apoio aos refugiados e aos países de acolhimento. Procura igualmente ajudar os refugiados a tornarem-se mais autossuficientes, de modo que tenham melhores condições para definir o seu próprio futuro.